FONTE: http://opiniaoenoticia.com.br/wp-content/uploads/chargemagu1.jpg
sábado, 7 de dezembro de 2013
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Conversando com a Assistente Social do CRAS
Reconhecendo que uma das atribuições do Serviço Social é o trabalho multiprofissional e transversal, o BLOG Saúde&Social em foco conversou na última terça-feira (03), com a Assistente Social e Técnica do Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos-SCFV do CRAS da cidade de São Bento-PB, a senhora Kalinne Alves Saraiva Saldanha.
Kalinne Alves Saraiva Saldanha - A
Assistência Social está voltada à
garantia de direitos sociais. Opera serviços, programas, projetos e benefícios,
devendo realizar-se de forma integrada às demais políticas públicas setoriais,
garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências
sociais e acesso aos direitos sociais. Deste modo, a Assistência Social
concebida como campo de seguridade social, de modo que a articulação de ações
transversais com outras políticas setoriais, em particular a política de saúde
e educação efetuada no CRAS é de extrema importância. No que se refere a
política de saúde faz-se necessário apontar estreita relação entre as políticas
mencionadas o PBF Programa Bolsa Família, que constitui-se estratégia de
inclusão social, integrada aos serviços e programas, contribui para a melhoria
das condições de vida das famílias, contudo existem condicionalidades que devem
ser cumpridas pelas famílias nas áreas de saúde que são: Pré- Natal de
gestantes; Participação das atividades educativas ofertadas pelas equipes de
saúde; para responsáveis pelas crianças até 07 anos; manter calendário de vacina
atualizado; acompanhamento nutricional realizado nas unidades de saúde. Portanto, a intersetorialidade e transversalidade são apontadas como tendência na questão
de políticas sociais, especialmente os governos locais. A garantia da qualidade
de vida não passa pela criação de políticas públicas, más também pelas relações
q as políticas estabelecem entre si para atender às necessidades da população
de uma determinada área. A efetivação das políticas no CRAS ocorre com a busca
de ações integradas de gestão e prestação de serviços entre diferentes
políticas visando o bem estar integral do cidadão, considerado em sua
totalidade, realizando ações a partir de diagnóstico de problemas das
comunidades no território do CRAS, buscando soluções de forma integrada em cada
política pública setorial.
Serviço Social na Saúde Mental
Serviço Social na Saúde Mental
Relação entre Assistente Social e o paciente psiquiátrico
Relação entre o Assistente Social e a família do paciente
O Assistente Social e a Equipe Multiprofissional
Por: Neliane Aparecida Silva.
Como já tratado anteriormente, a atuação do assistente social na saúde mental iniciou-se no Brasil em especial a partir dos movimentos da reforma psiquiátrica.
Hoje o profissional é chamado para atuar em vários serviços substitutivos de saúde mental e também hospitais,“fazendo a diferença” com sua prática voltada para o contexto social do indivíduo que se encontra em tratamento por algum sofrimento mental, principalmente porque existe uma relação intrínseca entre a saúde mental e as manifestações da questão social, onde os “problemas sociais deflagram os problemas mentais e quem é portador de problemas mentais tem agravada sua problemática social” (BISNETO, 2007, p. 59).
Neste sentido, a atuação do assistente social se dá em uma lógica mais complexa, principalmente onde as áreas do campo “psi” e a medicina não conseguem alcançar, fortalecendo ainda mais a proposta psicossocial dos serviços de saúde mental do país, principalmente os serviços substitutivos, que prezam pelo tratamento em meio aberto e pela socialização, emancipação e convívio social do paciente com transtorno mental. Como exemplo desses serviços podemos citar os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), as residências terapêuticas, os hospitais dia e os centros de convivência.
Nestes serviços, o assistente social trabalha em consonância com a lei n° 10.216 de 6 de abril de 2001 que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtorno mental.
O profissional busca através de seus conhecimentos e técnicas a garantia de um tratamento que vise a inserção e reinserção social do paciente em sua vida comunitária e familiar. Para alcançar esses objetivos, o assistente social nestes campos realiza atendimentos individuais e de grupos, encaminhamentos, visitais domiciliares, palestras informativas e ações de articulação em rede, focando suas intervenções nas explorações das experiências sociais trazidas pelos pacientes e seus familiares.
Porém é importante salientar que o assistente social que atua nestes serviços nunca realizará suas ações apenas com seu saber e nas “quatro paredes” de sua sala de atendimento.
Os processos de trabalho em qualquer serviço substitutivo de saúde mental que são serviços que contam com uma equipe multiprofissional, seguem a lógica da interdisciplinaridade, ou quando mais avançados da transdisciplinaridade; o que propõe discussões e um olhar diferenciado para o trabalho em equipe, que “é aquele no qual os profissionais adotam uma posição de humildade frente a esse nosso objeto complexo, que é o sofrimento psíquico e o existir” (YASUI, 2010, p.147).
Além dessa visão, o fazer profissional do assistente social precisa necessariamente acontecer articulado com o “mundo lá fora”, afinal é “lá fora que a vida acontece”!
REFERÊNCIAS:
BISNETO, José Augusto. Serviço Social e Saúde Mental: Uma análise institucional da prática. 1ª edição. São Paulo: Cortez, 2007. 222 p.
BRASIL, Ministério da Saúde. Lei n° 10216, de 6 de abril de 2001. Brasília, DF, 2001.
YASUI, Silvio. Rupturas e Encontros: desafios da reforma psiquiátrica brasileira. 1ª edição. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2010. 190 p.
FONTE (imagens): http://luckfreela.blogspot.com.br/2010/10/cartilha-servico-social-na-saude-mental.html
Saúde Pública
SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL.
UMA QUESTÃO SOCIAL?
A realidade da Saúde Pública no Brasil em paralelo com a realidade da Saúde Pública de um país desenvolvido.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
A atuação do Serviço Social na Saúde
O profissional do Serviço Social regido pelo Código de Ética da categoria, bem como pela Lei Nº 8.663 de 07 de junho de 1993, que regulamenta a profissão.
Serviço Social e o Campo da Saúde: para além de plantões e encaminhamentos
Trata-se de um artigo que visa analisar a política de saúde e o trabalho do assistente social a partir de dois momentos distintos das formas de gestão do trabalho: o modelo fordista e o modelo de acumulação flexível. Esses dois eixos de análise serão discutidos aplicados ao campo da saúde e à inserção do trabalho do assistente social na saúde. Os dois eixos foram escolhidos para apontar um exame sobre tendências dos determinantes sociais à saúde pública e ao processo de trabalho do assistente social neste campo.
SOCRE F. Serviço Social e o campo da saúde: para além de plantões e encaminhamentos. Serv. Soc. Soc. 2010, 103: 453-475.
FONTE: http://www.scientia.bio.br/social/03-11-2013/59
e http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n103/a04n103.pdf
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Estudantes do curso de Serviço Social entrevistam o Assistente Social do Hospital Dr. José Augusto Dantas de Parelhas
“O problema maior que
enfrentamos não são as condições financeiras, mas a cultura do povo brasileiro.
É claro que o exemplo deve partir do setor do poder público, porém isso é
concomitante, pois antes de ter o poder público existe o homem”.
Reconhecendo os desafios
enfrentados no âmbito do Serviço Social na Saúde, o BLOG Saúde&Social em Foco, na sexta-feira dia 22 de
novembro conversou com o Assistente Social e, na ocasião, também diretor geral
do Hospital Drº. José Augusto Dantas do município de Parelhas-RN. Carlos Magno de
Souza Cordeiro é graduado em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte e tem experiência profissional na saúde pelo estado do RN e na
PB.
Saúde&Social
em Foco: Como se dá o trabalho do Assistente Social e quais as
suas atribuições na instituição?
Carlos Magno – Não só aqui,
mas em qualquer outro hospital, é de competência do Assistente Social
inicialmente, ter o contato com a família dos pacientes internos buscando
amenizar os impactos referidos ao problema de saúde do indivíduo, seja elas as
condições de moradia, o saneamento básico, as condições de higiene da casa, averiguar
se na família há usuários de drogas. Fazer anamnese da família do paciente para
poder ajudar no diagnóstico médico.
Saúde&Social
em Foco: Como é atendida a demanda da instituição? Toda essa
demanda é atendida?
Carlos Magno – É atendida de
forma prioritária ao máximo, devido ao acúmulo de serviços atribuído para o
profissional e pelas condições financeiras. Porém, mesmo com a dificuldade
financeira ainda é possível atender as prioridades, além disso, compramos uma
máquina nova do Raio X, compramos uma ambulância nova 0 KM, não falta médico
plantonista nenhum dia no hospital, somente quando o médico por algum motivo
maior não pode vim ao município e avisa de última hora ao hospital que não
poderá vim atender, mas isso ocorre com pouca frequência, e mesmo quando ocorre
ainda tentamos procurar outro médico que possa substituir o plantão.
Saúde&Social
em Foco: Como é desenvolvido o trabalho multiprofissional?
Carlos Magno – Por questões
financeiras só permanece o componente clínico de Parelhas, foge um pouco do
padrão multidisciplinar, somente a equipe básica (médico, enfermeiro, técnicos
de enfermagem, ASGs, condutores de ambulância, nutricionista, vigia). Por
motivo do nosso IDH ser alto o investimento do Governo é relativamente menor
pra nós com relação a um município que o IDH seja baixo, o IDH refere-se à
saúde: saneamento básico, o nosso município é quase 100% saneado, vacinação,
controle de mortalidade infantil que chega a zero, além disso refere-se a
educação: índice de analfabetismo que chega a quase 0% no nosso município, e à
renda per capita de cada família que
com os programas do Governo Federal às famílias do nosso município puderam viver
em melhores condições, ou seja, o nosso município paga por ser bom.
Saúde&Social
em Foco: Como é desenvolvido o trabalho multissetorial com a rede
de proteção básica?
Carlos Magno – Mantemos
sempre um contato frequente. Por exemplo, com relação aos PSFs: infelizmente, ainda
não é feito o atendimento burocrático via PSF-Hospital. Ainda é feito um
contato informal. Quanto ao contato com o CREAS, por exemplo, nós convocamos a
equipe para acompanhar o caso das famílias dos pacientes internos para conhecer
a situação de cada família, sendo o caso, encaminha-se ao Ministério Público.
Saúde&Social
em Foco: Qual é o maior desafio enfrentado na instituição?
Carlos Magno – Resumidamente,
a estrutura física e financeira e autosupervalorização do médico também, pois
um médico que passa parte de sua vida estudando e ainda se especializar em uma
área que, nesse caso, é preciso fazer residência médica, muitas vezes o médico
precisa até ir pra fora do Brasil pra se especializar, este profissional, por
exemplo, não vai aceitar dar um plantão aqui por qualquer preço, e não é só o
caso financeiro que os médicos não aceitam trabalhar aqui, é também a condição
geográfica, muitas vezes se torna longe demais para o médico vim atender aqui.
Além disso, dependemos muito do Ministério da Saúde, por isso que muitas vezes
não é dado um segmento ao tratamento com maior celeridade. Entretanto, o
problema maior que enfrentamos não são as condições financeiras, mas a cultura
do povo brasileiro. É claro que o exemplo deve partir do setor do poder
público, porém isso é concomitante, pois antes de ter o poder público existe o
homem.
Saúde&Social
em Foco: Considerações finais: o que está faltando para o
trabalho do Assistente Social ser de melhor eficácia?
Carlos Magno - Devido ao acúmulo de
serviços, seria mais eficiente à divisão de tarefas com outros Assistentes Sociais
vinculados à saúde, mas por questão financeira não podemos, por enquanto,
contratar outro profissional para nos ajudar nesse serviço. Existe também a
questão dos veículos, porque muitas vezes precisamos fazer uma visita
domiciliar e não tem carro disponível para ir até a família do paciente.
Saúde&Social
em Foco: Por fim, queremos agradecer imensamente sua
colaboração para o nosso BLOG, desejamos sucesso em sua carreira e boa sorte
para a nossa saúde pública.
domingo, 24 de novembro de 2013
“A saúde é direito de todos
e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
Constituição Federal - Art. 196
Enquanto isso, no Hospital público...
sábado, 23 de novembro de 2013
Por: Magda Suzana da Silva
Ferreira
Laura dos Santos Lunardi
Este artigo discorre sobre as
atribuições do serviço social, contextualizando-as à luz das transformações na
dinâmica dos serviços de saúde propostas pela Reforma Sanitária brasileira.
Descreve as características de um processo de assistência voltado à
integralidade do usuário, enumerando ainda as diversas atividades destinadas a
implementar tal prática.
A doença normalmente causa rupturas na
organização familiar. Nos casos graves, que requerem hospitalização, observa-se
ser este um momento difícil tanto para o paciente quanto para seus familiares.
A enfermidade altera a realidade, provocando impacto no cotidiano da família e
obrigando-a, entre outras coisas, a adaptar-se às regras institucionais.
O trabalho com
pessoas hospitalizadas e seus familiares torna visível à vulnerabilidade que
acomete todos os que passam por essa situação, mostrando a importância da luta
pela humanização do atendimento. Isso fica ainda mais evidenciado quando se
considera que, além de estarem vivendo um momento de fragilidade e ansiedade
devido à enfermidade, muitas pessoas têm seu sofrimento agravado por
desconhecerem seus direitos de cidadania.
Segundo IAMAMOTO
pode-se verificar ser de suma importância para os assistentes sociais, em
qualquer âmbito de atuação, captar as novas mediações e requalificar o fazer
profissional, atribuindo-lhe particularidades e descobrindo alternativas de
ação. A autora afirma que um dos maiores desafios atualmente enfrentados pelo
assistente social é o de desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade
para construir propostas de trabalho criativas, capazes de preservar e efetivar
direitos, a partir da demanda emergente no cotidiano. Enfim, ser um
profissional propositivo e não apenas meramente executivo. Os atributos
profissionais do assistente social conferem-lhe competência para propor novas
formas de tratar os problemas, negociar seus projetos com as instituições,
defender o seu campo de trabalho, qualificações e funções profissionais.
Seguindo a
proposição acima, o Serviço Social busca transformar o contexto da atividade
laboral. Para tanto, intervém junto ao usuário no sentido de fortalecer sua
autonomia e informar-lhe sobre seus direitos como cidadão, especialmente no que
tange aos aspectos relacionados à saúde. O trabalho desses profissionais está
voltado à promoção da emancipação do usuário, para que possa ser agente no
processo de mudança de sua própria realidade, transformando-se em partícipe
ativo no controle social. Cabe ainda ao assistente social estimular a
participação do usuário nas comissões de saúde, entre outras ações, capacitando
o indivíduo a ser sujeito no processo de transformação da sociedade, partindo
da conscientização social, ou seja, uma mudança global e não mais individual.
A relação Estado e
sociedade vem se modificando progressivamente na realidade brasileira; no caso
da saúde, em termos de acesso a direitos sociais, há importantes diferenças,
antes e após a Constituição Federal de 1988. O direito à assistência estava
vinculado à contribuição à Previdência Social, excluindo o acesso de todos os
não inseridos no mercado formal de trabalho. Isso, naturalmente, fragilizava
ainda mais as classes populares, já vulneráveis por sua condição econômica e
social.
Na passagem da
década de 1970 para a seguinte, foi possível demarcar o estabelecimento de
novas relações entre o Estado e a sociedade. As desigualdades no acesso à
saúde, a desorganização da Rede, a centralização do processo decisório e a
baixa resolubilidade e produtividade dos recursos existentes, somados à
conjuntura de crise econômica, colocaram em cena novos atores sociais que
passaram a pressionar o Estado por políticas sociais mais equânimes.
No tocante à saúde,
as mudanças introduzidas pela Constituição de 1988 são o resultado da força
organizada do Movimento Sanitário, que emergiu nos anos 1970 por iniciativa de
um grupo de intelectuais, médicos e lideranças políticas do setor saúde,
provenientes, em sua maioria, do Partido Comunista Brasileiro. Esse movimento
deu origem à Reforma Sanitária brasileira, que alterou o panorama da política
social de saúde, hoje configurada como a área que mais sofreu transformações
significativas.
A mudança trazida
pela Constituição e pela Lei 8.080, a chamada 'Lei Orgânica da Saúde', que
definiu a forma de operacionalização do Sistema Único de Saúde (SUS), colocou
em destaque os diversos profissionais que até então permaneciam em posição
secundária. Nessa conjuntura o assistente social passou a ter um papel
mediador no contexto hospitalar, intervindo sobre as tensões, os conflitos, a
violência, entre os grupos excluídos, a sociabilidade local e a sociedade instituída,
sem, contudo, tomar posição por nenhum dos pólos de conflito que fazem
esforços, cada um, para trazer o Serviço Social para seu lado. O Serviço Social
faz, neste sentido, a interligação entre os sistemas-recursos e de poder com os
sistemas-utilização, tendo como a inclusão social dos excluídos pela sociedade
desigual, facilitando a comunicação entre sistemas, principalmente em caso de
dificuldade e de ausência de relações entre os dois sistemas.
Se saúde e doença são percebidas como
aspectos contrários, como pólos opostos do estado físico e psíquico, essa
bipolaridade também está presente no corpo de quem vivencia esses fenômenos:
posto que a doença, para ser entendida, é preciso que a saúde se vá e o
conhecimento [da doença] se torne possível. Como salienta Ribeiro, em citação à
Ariés, a sensação de estar privado da saúde, o temor e a fragilidade que tal
sensação desperta podem desencadear um processo de submissão total do doente ao
hospital, evidenciando uma tentativa de suprimir o mal que o acometeu: o
hospital não é apenas o lugar onde as pessoas se tratam e curam; é também onde
se morre e onde, paradoxalmente, a morte é negada. O mesmo autor, dessa feita
citando Boltanski, afirma, em contraponto a essa assertiva, que os
profissionais de saúde trabalham no sentido de transformar essa realidade de
submissão, por meio de abordagens voltadas à emancipação das pessoas doentes,
entendendo, também, que a doença do doente é do seu organismo total e não a
doença anatômica.
Existem ainda vários
outros fatores inerentes à hospitalização que contribuem para o recrudescimento
de agruras existenciais e de problemas emocionais graves, que atuam de forma
deletéria ao desenvolvimento da pessoa doente e hospitalizada. Dentre esses se
destacam o desmame agressivo; o transtorno da vida familiar; a interrupção ou
retardo da escolaridade, ritmo de vida e desenvolvimento; as carências afetivas
e agressões psicológicas e físicas; despesas elevadas e, ainda, o risco de
variadas iatrogenias, entre as quais a mais significativa se refere às
infecções hospitalares. Em relação a todos esses problemas, a atuação do
assistente social objetiva minimizar o sofrimento inerente ao processo de
doença e hospitalização do doente, incentivando sua família a ser elemento
ativo no processo, condição importante para o êxito do tratamento. A ação
desses profissionais objetiva, também, a promoção da saúde mental integral do
paciente, valorizando influxos satisfatórios entre o mesmo e sua família. A
atuação do Serviço Social visa atender, apoiar, facilitar a compreensão, dar
suporte ao tratamento, auxiliar a entender os sentimentos, prestar
esclarecimento sobre a doença e fortalecer o grupo familiar.
Nesse sentido,
faz-se necessário ressaltar que a presença da família é fundamental, constitui
o referencial do doente, significando afeto e proteção. O elo que os une
contribui para manter ou restaurar o equilíbrio do paciente, pois normalmente
advém das pessoas que lhe transmitem segurança emocional. O contato com as
mesmas ajuda a manter os aspectos sadios de sua existência e seus vínculos com
sua realidade anterior, auxiliando sua adaptação no hospital. A afetuosidade da
relação família/paciente gera um sentimento de apoio.
O que é o Serviço Social na área da Saúde
Por Érica Batista de Santana
O
Assistente Social, como profissional de Saúde, tem como competências intervir
junto aos fenômenos socioculturais e econômicos, que reduzem a eficácia dos
programas de prestação de serviços no setor, que seja ao nível de promoção,
proteção e ou recuperação da saúde. A prática profissional dos Assistentes
Sociais vem se desenvolvendo e a cada dia tem se tornado uma prática necessária
para a promoção e atenção à saúde. Sua intervenção tem se ampliado e se
consolidado diante da concepção de que o processo saúde-doença é determinado
socialmente e reforçado pelo conceito de saúde. A atenção à saúde não está
centrada apenas sob o enfoque médico, mas nas diferentes intervenções cujas práticas
enfocam a prevenção. A especialização da prática profissional no trabalho
coletivo na saúde evidencia-se, em sua atuação, que não se dá na doença de
forma específica, mas no conjunto de variáveis que a determinam. É no confronto
entre o direito do usuário e as normas institucionais que o profissional
intervém para assegurar o cumprimento deste direito que é expressão mínima de
outros grandes embates que o profissional enfrenta no Setor de Saúde. Sendo assim, o Assistente
Social na àrea de Saúde exerce as seguintes funções:
Ø
Administração do Serviço Social: Coordenar, chefiar e supervisionar as
atividades do Serviço Social.
Ø
Assessoramento: A Assistente Social pode prestar assessoria técnica na
elaboração de planos, programas e projetos junto à direção, às chefias, equipes
multiprofissionais, instituições e população usuária. O assessoramento é pouco
utilizado pelo Serviço Social.
Ø
Intervenção Social: É uma função ampla, articula-se com as demais funções. É a
ação propriamente dita, específica do Serviço Social. Vai garantir a ação do
mesmo dentro dos objetivos propostos pelos profissionais, permitindo o
atendimento da população usuária, quer a nível individual, grupas ou
comunitária, em consonância com as suas atribuições específicas.
Ø
Pesquisa Social: Busca promover o levantamento de dados relacionados com os
aspectos sociais, verificar a eficácia da ação profissional, identificar e
conhecer a realidade social. Essa função é pouco utilizada,
através
desta função, o Assistente Social pode propor novas medidas de intervenção.
Ø
Ensino Supervisão: O profissional precisa estar sempre atualizando-se,
capacitando-se, não podendo ficar estagnado na instituição. O Assistente Social
precisa proporcionar aos estudantes de Serviço Social condições de aprendizagem
de acordo com as possibilidades da unidade, tendo em vista as exigências curriculares
e as disposições institucionais, participar de treinamentos com profissionais
de outras áreas.
Ø Ação
Comunitária: Propiciar a participação em vários níveis da comunidade a serem
trabalhadas de modo a fornecer o desencadeamento do processo de desenvolvimento
da comunidade.
Ø
Assistencial: Prestação de serviços concretos visando à solução de problemas
imediatos, apresentados pela população usuária dentro dos recursos e créditos
institucionais e/ou através de encaminhamentos a recursos da própria instituição.
Não dá ideia de tratamento.
Ø
Educação Social: Função importante, porém esquecida. Busca o engajamento do
usuário no seu processo saúde-doença, com o objetivo de reforçar ou substituir
hábitos. Pode ser a nível individual ou grupal.
Segundo
o Ministério, função é atribuição ou conjunto de atribuições conferidas a cada
categoria profissional ou proposta individualmente a determinadas atividades.
Algumas
das atribuições do serviço social na área de Saúde:
Ø
Discutir com os usuários e /ou responsáveis situações problemas;
Ø
Acompanhamento social do tratamento da saúde;
Ø
Estimular o usuário a participar do seu tratamento de saúde;
Ø
Discutir com os demais membros da equipe de saúde sobre a problemática do
paciente, interpretando a situação social do mesmo;
Ø
Informar e discutir com os usuários acerca dos direitos sociais, mobilizando-o
ao exercício da cidadania;
Ø
Elaborar relatórios sociais e pareceres sobre matérias específicas do Serviço
Social;
Ø
Participar de reuniões técnicas da equipe interdisciplinar;
Ø
Discutir com os familiares sobre a necessidade de apoio na recuperação e
prevenção da saúde do paciente;
Os
problemas emocionais decorrentes do impacto da internação, afastamento de seus
familiares, e consequentemente prognóstico, e mais uma série de atores no
internamento que contribuem para angustiar o paciente.
Sendo
assim, vemos a necessidade da atuação do Serviço Social no âmbito Hospitalar,
junto à relação paciente internado e sua família, no sentido de amenizar as
tensões causadas pela doença e todo o processo de hospitalização. Em cada acompanhamento feito
pelo Assistente Social, é usada uma técnica adequada para tal caso: Catarse,
Anamnese Social, Reunião de grupo, entre outras, onde o profissional colhe
dados e informações necessárias para um melhor atendimento e /ou percepção das
necessidades a serem trabalhadas com o paciente e seus familiares, ao nível de
orientação sobre as formas de aceitação e como conviver com uma nova realidade
em função de seu diagnostico e a forma como encarar e conviver com tal
patologia, a fim de que tenha uma boa recuperação e um acompanhamento
ambulatorial para tal caso. Para
que essa diretriz possa ser atingida é necessário que o Assistente Social
acompanhe a evolução do paciente, realizando consulta social para dar
encaminhamento às situações detectadas, esperando contar com o apoio da equipe
multidisciplinar. Em
contato com os familiares, o profissional de Serviço Social toma conhecimento
das suas inquietações e receios em relação à saúde do paciente. Os familiares trazem para o
profissional suas dores, queixas e decepções e este por sua vez tem que
adquirir subsídios para, a partir daí, mediar a relação paciente e família, a
fim de evitar a rejeição familiar. Como
já visto anteriormente, o Assistente Social no hospital, trabalha na
inter-relação com os pacientes internados e sua família.
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