quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Serviço Social na Saúde Mental


Serviço Social na Saúde Mental


Relação entre Assistente Social e o paciente psiquiátrico


Relação entre o Assistente Social e a família do paciente


O Assistente Social e a Equipe Multiprofissional


Por: Neliane Aparecida Silva.

Como já tratado anteriormente, a atuação do assistente social na saúde mental iniciou-se no Brasil em especial a partir dos movimentos da reforma psiquiátrica.

Hoje o profissional é chamado para atuar em vários serviços substitutivos de saúde mental e também hospitais,“fazendo a diferença” com sua prática voltada para o contexto social do indivíduo que se encontra em tratamento por algum sofrimento mental, principalmente porque existe uma relação intrínseca entre a saúde mental e as manifestações da questão social, onde os “problemas sociais deflagram os problemas mentais e quem é portador de problemas mentais tem agravada sua problemática social” (BISNETO, 2007, p. 59).

Neste sentido, a atuação do assistente social se dá em uma lógica mais complexa, principalmente onde as áreas do campo “psi” e a medicina não conseguem alcançar, fortalecendo ainda mais a proposta psicossocial dos serviços de saúde mental do país, principalmente os serviços substitutivos, que prezam pelo tratamento em meio aberto e pela socialização, emancipação e convívio social do paciente com transtorno mental. Como exemplo desses serviços podemos citar os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), as residências terapêuticas, os hospitais dia e os centros de convivência.  

Nestes serviços, o assistente social trabalha em consonância com a lei n° 10.216 de 6 de abril de 2001 que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtorno mental. 

O profissional busca através de seus conhecimentos e técnicas a garantia de um tratamento que vise a inserção e reinserção social do paciente em sua vida comunitária e familiar. Para alcançar esses objetivos, o assistente social nestes campos realiza atendimentos individuais e de grupos, encaminhamentos, visitais domiciliares, palestras informativas e ações de articulação em rede, focando suas intervenções nas explorações das experiências sociais trazidas pelos pacientes e seus familiares.

Porém é importante salientar que o assistente social que atua nestes serviços nunca realizará suas ações apenas com seu saber e nas “quatro paredes” de sua sala de atendimento.

Os processos de trabalho em qualquer serviço substitutivo de saúde mental que são serviços que contam com uma equipe multiprofissional, seguem a lógica da interdisciplinaridade, ou quando mais avançados da transdisciplinaridade; o que propõe discussões e um olhar diferenciado para o trabalho em equipe, que “é aquele no qual os profissionais adotam uma posição de humildade frente a esse nosso objeto complexo, que é o sofrimento psíquico e o existir” (YASUI, 2010, p.147).

Além dessa visão, o fazer profissional do assistente social precisa necessariamente acontecer articulado com o “mundo lá fora”, afinal é “lá fora que a vida acontece”!


REFERÊNCIAS:

BISNETO, José Augusto. Serviço Social e Saúde Mental: Uma análise institucional da prática. 1ª edição. São Paulo: Cortez, 2007. 222 p.

BRASIL, Ministério da Saúde. Lei n° 10216, de 6 de abril de 2001. Brasília, DF, 2001.

YASUI, Silvio. Rupturas e Encontros: desafios da reforma psiquiátrica brasileira. 1ª edição. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2010. 190 p.



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