quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Conversando com a Assistente Social do CRAS


Reconhecendo que uma das atribuições do Serviço Social é o trabalho multiprofissional e transversal,  o BLOG Saúde&Social em foco conversou na última terça-feira (03), com a Assistente Social e Técnica do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos-SCFV do CRAS da cidade de São Bento-PB, a senhora Kalinne Alves Saraiva Saldanha.




    Kalinne Alves Saraiva Saldanha - A Assistência Social  está voltada à garantia de direitos sociais. Opera serviços, programas, projetos e benefícios, devendo realizar-se de forma integrada às demais políticas públicas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e acesso aos direitos sociais. Deste modo, a Assistência Social concebida como campo de seguridade social, de modo que a articulação de ações transversais com outras políticas setoriais, em particular a política de saúde e educação efetuada no CRAS é de extrema importância. No que se refere a política de saúde faz-se necessário apontar estreita relação entre as políticas mencionadas o PBF Programa Bolsa Família, que constitui-se estratégia de inclusão social, integrada aos serviços e programas, contribui para a melhoria das condições de vida das famílias, contudo existem condicionalidades que devem ser cumpridas pelas famílias nas áreas de saúde que são: Pré- Natal de gestantes; Participação das atividades educativas ofertadas pelas equipes de saúde; para responsáveis pelas crianças até 07 anos; manter calendário de vacina atualizado; acompanhamento nutricional realizado nas unidades de saúde. Portanto, a intersetorialidade e transversalidade são apontadas como tendência na questão de políticas sociais, especialmente os governos locais. A garantia da qualidade de vida não passa pela criação de políticas públicas, más também pelas relações q as políticas estabelecem entre si para atender às necessidades da população de uma determinada área. A efetivação das políticas no CRAS ocorre com a busca de ações integradas de gestão e prestação de serviços entre diferentes políticas visando o bem estar integral do cidadão, considerado em sua totalidade, realizando ações a partir de diagnóstico de problemas das comunidades no território do CRAS, buscando soluções de forma integrada em cada política pública setorial.

Serviço Social na Saúde Mental


Serviço Social na Saúde Mental


Relação entre Assistente Social e o paciente psiquiátrico


Relação entre o Assistente Social e a família do paciente


O Assistente Social e a Equipe Multiprofissional


Por: Neliane Aparecida Silva.

Como já tratado anteriormente, a atuação do assistente social na saúde mental iniciou-se no Brasil em especial a partir dos movimentos da reforma psiquiátrica.

Hoje o profissional é chamado para atuar em vários serviços substitutivos de saúde mental e também hospitais,“fazendo a diferença” com sua prática voltada para o contexto social do indivíduo que se encontra em tratamento por algum sofrimento mental, principalmente porque existe uma relação intrínseca entre a saúde mental e as manifestações da questão social, onde os “problemas sociais deflagram os problemas mentais e quem é portador de problemas mentais tem agravada sua problemática social” (BISNETO, 2007, p. 59).

Neste sentido, a atuação do assistente social se dá em uma lógica mais complexa, principalmente onde as áreas do campo “psi” e a medicina não conseguem alcançar, fortalecendo ainda mais a proposta psicossocial dos serviços de saúde mental do país, principalmente os serviços substitutivos, que prezam pelo tratamento em meio aberto e pela socialização, emancipação e convívio social do paciente com transtorno mental. Como exemplo desses serviços podemos citar os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), as residências terapêuticas, os hospitais dia e os centros de convivência.  

Nestes serviços, o assistente social trabalha em consonância com a lei n° 10.216 de 6 de abril de 2001 que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtorno mental. 

O profissional busca através de seus conhecimentos e técnicas a garantia de um tratamento que vise a inserção e reinserção social do paciente em sua vida comunitária e familiar. Para alcançar esses objetivos, o assistente social nestes campos realiza atendimentos individuais e de grupos, encaminhamentos, visitais domiciliares, palestras informativas e ações de articulação em rede, focando suas intervenções nas explorações das experiências sociais trazidas pelos pacientes e seus familiares.

Porém é importante salientar que o assistente social que atua nestes serviços nunca realizará suas ações apenas com seu saber e nas “quatro paredes” de sua sala de atendimento.

Os processos de trabalho em qualquer serviço substitutivo de saúde mental que são serviços que contam com uma equipe multiprofissional, seguem a lógica da interdisciplinaridade, ou quando mais avançados da transdisciplinaridade; o que propõe discussões e um olhar diferenciado para o trabalho em equipe, que “é aquele no qual os profissionais adotam uma posição de humildade frente a esse nosso objeto complexo, que é o sofrimento psíquico e o existir” (YASUI, 2010, p.147).

Além dessa visão, o fazer profissional do assistente social precisa necessariamente acontecer articulado com o “mundo lá fora”, afinal é “lá fora que a vida acontece”!


REFERÊNCIAS:

BISNETO, José Augusto. Serviço Social e Saúde Mental: Uma análise institucional da prática. 1ª edição. São Paulo: Cortez, 2007. 222 p.

BRASIL, Ministério da Saúde. Lei n° 10216, de 6 de abril de 2001. Brasília, DF, 2001.

YASUI, Silvio. Rupturas e Encontros: desafios da reforma psiquiátrica brasileira. 1ª edição. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2010. 190 p.



Saúde Pública

SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL.

UMA QUESTÃO SOCIAL?


A realidade da Saúde Pública no Brasil em paralelo com a realidade da Saúde Pública de um país desenvolvido.






terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A atuação do Serviço Social na Saúde

O profissional do Serviço Social regido pelo Código de Ética da categoria, bem como pela Lei Nº 8.663 de 07 de junho de 1993, que regulamenta a profissão.





Serviço Social e o Campo da Saúde: para além de plantões e encaminhamentos

Trata-se de um artigo que visa analisar a política de saúde e o trabalho do assistente social a partir de dois momentos distintos das formas de gestão do trabalho: o modelo fordista e o modelo de acumulação flexível. Esses dois eixos de análise serão discutidos aplicados ao campo da saúde e à inserção do trabalho do assistente social na saúde. Os dois eixos foram escolhidos para apontar um exame sobre tendências dos determinantes sociais à saúde pública e ao processo de trabalho do assistente social neste campo.



SOCRE F. Serviço Social e o campo da saúde: para além de plantões e encaminhamentos. Serv. Soc. Soc. 2010, 103: 453-475.

FONTE: http://www.scientia.bio.br/social/03-11-2013/59
http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n103/a04n103.pdf

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Estudantes do curso de Serviço Social entrevistam o Assistente Social do Hospital Dr. José Augusto Dantas de Parelhas







“O problema maior que enfrentamos não são as condições financeiras, mas a cultura do povo brasileiro. É claro que o exemplo deve partir do setor do poder público, porém isso é concomitante, pois antes de ter o poder público existe o homem”.








Reconhecendo os desafios enfrentados no âmbito do Serviço Social na Saúde, o BLOG Saúde&Social em Foco, na sexta-feira dia 22 de novembro conversou com o Assistente Social e, na ocasião, também diretor geral do Hospital Drº. José Augusto Dantas do município de Parelhas-RN. Carlos Magno de Souza Cordeiro é graduado em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e tem experiência profissional na saúde pelo estado do RN e na PB.

Saúde&Social em Foco: Como se dá o trabalho do Assistente Social e quais as suas atribuições na instituição?

Carlos Magno – Não só aqui, mas em qualquer outro hospital, é de competência do Assistente Social inicialmente, ter o contato com a família dos pacientes internos buscando amenizar os impactos referidos ao problema de saúde do indivíduo, seja elas as condições de moradia, o saneamento básico, as condições de higiene da casa, averiguar se na família há usuários de drogas. Fazer anamnese da família do paciente para poder ajudar no diagnóstico médico.

Saúde&Social em Foco: Como é atendida a demanda da instituição? Toda essa demanda é atendida?

Carlos Magno – É atendida de forma prioritária ao máximo, devido ao acúmulo de serviços atribuído para o profissional e pelas condições financeiras. Porém, mesmo com a dificuldade financeira ainda é possível atender as prioridades, além disso, compramos uma máquina nova do Raio X, compramos uma ambulância nova 0 KM, não falta médico plantonista nenhum dia no hospital, somente quando o médico por algum motivo maior não pode vim ao município e avisa de última hora ao hospital que não poderá vim atender, mas isso ocorre com pouca frequência, e mesmo quando ocorre ainda tentamos procurar outro médico que possa substituir o plantão.

Saúde&Social em Foco: Como é desenvolvido o trabalho multiprofissional?

Carlos Magno – Por questões financeiras só permanece o componente clínico de Parelhas, foge um pouco do padrão multidisciplinar, somente a equipe básica (médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem, ASGs, condutores de ambulância, nutricionista, vigia). Por motivo do nosso IDH ser alto o investimento do Governo é relativamente menor pra nós com relação a um município que o IDH seja baixo, o IDH refere-se à saúde: saneamento básico, o nosso município é quase 100% saneado, vacinação, controle de mortalidade infantil que chega a zero, além disso refere-se a educação: índice de analfabetismo que chega a quase 0% no nosso município, e à renda per capita de cada família que com os programas do Governo Federal às famílias do nosso município puderam viver em melhores condições, ou seja, o nosso município paga por ser bom.

Saúde&Social em Foco: Como é desenvolvido o trabalho multissetorial com a rede de proteção básica?

Carlos Magno – Mantemos sempre um contato frequente. Por exemplo, com relação aos PSFs: infelizmente, ainda não é feito o atendimento burocrático via PSF-Hospital. Ainda é feito um contato informal. Quanto ao contato com o CREAS, por exemplo, nós convocamos a equipe para acompanhar o caso das famílias dos pacientes internos para conhecer a situação de cada família, sendo o caso, encaminha-se ao Ministério Público.

Saúde&Social em Foco: Qual é o maior desafio enfrentado na instituição?

Carlos Magno – Resumidamente, a estrutura física e financeira e autosupervalorização do médico também, pois um médico que passa parte de sua vida estudando e ainda se especializar em uma área que, nesse caso, é preciso fazer residência médica, muitas vezes o médico precisa até ir pra fora do Brasil pra se especializar, este profissional, por exemplo, não vai aceitar dar um plantão aqui por qualquer preço, e não é só o caso financeiro que os médicos não aceitam trabalhar aqui, é também a condição geográfica, muitas vezes se torna longe demais para o médico vim atender aqui. Além disso, dependemos muito do Ministério da Saúde, por isso que muitas vezes não é dado um segmento ao tratamento com maior celeridade. Entretanto, o problema maior que enfrentamos não são as condições financeiras, mas a cultura do povo brasileiro. É claro que o exemplo deve partir do setor do poder público, porém isso é concomitante, pois antes de ter o poder público existe o homem.

Saúde&Social em Foco: Considerações finais: o que está faltando para o trabalho do Assistente Social ser de melhor eficácia?

Carlos Magno - Devido ao acúmulo de serviços, seria mais eficiente à divisão de tarefas com outros Assistentes Sociais vinculados à saúde, mas por questão financeira não podemos, por enquanto, contratar outro profissional para nos ajudar nesse serviço. Existe também a questão dos veículos, porque muitas vezes precisamos fazer uma visita domiciliar e não tem carro disponível para ir até a família do paciente.

Saúde&Social em Foco: Por fim, queremos agradecer imensamente sua colaboração para o nosso BLOG, desejamos sucesso em sua carreira e boa sorte para a nossa saúde pública.